'Estou muito arrependida', afirma jovem que fugiu para o litoral




As estudantes Maiara Moreira Rocha, de 16 anos, e Natália Ferreira da Silva, de 15, afirmaram na tarde desta sexta-feira (7) que estão arrependidas de fugir de casa. As duas garotas saíram de Osasco, na Grande São Paulo, em 30 de outubro e foram encontradas somente nesta madrugada em São Vicente, a 65 km de São Paulo. “Estou muito arrependida. Nunca mais farei isso”, disse Natália. Com o rosto queimado de sol, sua amiga, Maiara, negou que a decisão de sair de casa tenha sido motivada por uma discussão familiar. “Foi uma decisão de nós duas. Nem fomos à escola naquele dia.”


No dia 30 de outubro, uma quinta-feira, as duas jovens saíram de Osasco e foram andando até o bairro de Pinheiros, na Zona Oeste de São Paulo. “Lá, encontramos um casal que nos deu carona até Santo André. Fomos, então, a pé até a [Rodovia dos] Imigrantes, onde pegamos uma outra carona até Cubatão”, afirmou Maiara. Naquela cidade, as jovens dormiram na casa de um desconhecido e, na sexta-feira 31 de outubro, desceram a serra a pé até São Vicente. Para dormir e se alimentar, a dupla contou com a solidariedade do povo da cidade. “Pedimos para dormir em pousadas e, para comer, ajudávamos os vendedores na beira da praia”, disse Natália. Em troca, recebiam comida ou dinheiro. Apesar da aventura, as jovens afirmam ter noção do perigo que correram ao ficar sozinhas na cidade por tanto tempo. “Foi bem perigoso”, disse Maiara. “Graças a Deus ninguém mexeu com a gente”, completou Natália.
Recado na internet
A localização das jovens foi descoberta por meio de um recado deixado na página pessoal de Natália na internet. Cansado de esperar e preocupado, o pai de Natália, Natanael Ferreira Silva, de 58 anos, confiou na informação e resolveu procurar sua filha. “Saí de casa ontem (quinta 6), às 6h, e procurei as meninas”, disse o pai da jovem. Na madrugada desta sexta, um dos irmãos de Natália encontrou as duas garotas em um banco na avenida da Praia do Gonzaguinha, descalças e com apenas algumas roupas na mochila.
Alívio
A mãe de Maiara, a comerciante Márcia Moreira Rocha, 38 anos, afirma ter vivido momentos de tensão na última semana. “Não tem como falar da angústia que vivi. Graças a Deus tudo acabou bem.” Apesar do sofrimento, Márcia entende que as garotas aprenderam uma lição com esta experiência. “Não tem como alguém se virar sem apoio, carinho. Hoje elas entendem isso, e acho que carregarão isso pelo resto de suas vidas.” O pai de Natália não escondia a felicidade de ter sua filha de volta. Ele promete que as coisas mudarão daqui para frente. “Vou arranjar alguém para levá-la para a escola e para trazê-la de volta para casa.” Márcia também afirma que as coisas mudarão. “Iremos conversar bastante. Há coisas que podem ser evitadas e há coisas que não devem ser feitas. A ficha delas já caiu. Sabem que não é por aí.” A lição tirada pelas garotas da aventura foi resumida por Natália.“Ficar perto da família é a melhor coisa que existe”, disse.

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