Sob a sombra do preconceito

Os patins ainda não se consolidaram como um dos esportes mais populares do Brasil. Um dos principais motivos para a modalidade ainda não ter caído de vez no gosto dos jovens, por incrível que pareça, é o preconceito. "O patins está muito ligado à imagem feminina. Tem muita gente que pensa que somos homossexuais porque andamos de patins", disse João Santos, que pratica o esporte há dez anos.

Uma das explicações para essa ligação entre os patins e as mulheres seria a patinação artística e a patinação no gelo. "São modalidades mais tradicionais e pela plástica dos movimentos e pelo uniforme utilizado pelas atletas todo mundo já relaciona à figura feminina", explicou João.

Para tentar quebrar a barreira do preconceito alguns praticantes desse esporte de rua criaram uma comunidade, que conta com 2.500 integrantes, voltada aos garotos no site de relacionamentos Orkut: ‘Garotos que andam de patins’. “Ainda vamos conquistar o nosso espaço. Isso é só o começo”, brincou João, que também faz parte da comunidade.

Outros pontos que atrapalham a popularização dos patins no Brasil são a segurança e a falta de lugares apropriados para a prática esportiva. Nos grandes centros como São Paulo, os patinadores têm de, na maior parte dos casos, dividir o espaço nas ruas esburacadas com ônibus, carros e motos.

“É complicado demais. O ideal é praticar em lugares apropriados como parques, mas não há muitas opções por aqui. Ou vamos de ônibus até um parque, que muitas vezes não é perto da sua casa, ou temos de nos arriscar de patins pelas ruas. E é bastante perigoso andar na cidade, por isso é tão importante utilizar sempre equipamentos de segurança”, afirmou Cláudio Perez, que gosta de patinar no Parque do Ibirapuera.

Os equipamentos obrigatórios para se praticar o esporte com segurança, diminuindo a gravidade dos ferimentos nos freqüentes tombos, são: capacete, munhequeira, joelheira e cotoveleira.